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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A Gula

Ficheiro:Hieronymus Bosch 094.jpg
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A gula demonstrada por Hieronymus Bosch em detalhe de The Seven Deadly Sins and the Four Last Things.
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A gula é uma fuga emotiva, um sinal de que alguma coisa nos está a devorar.
P. Vries
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Gula é o desejo insaciável, além do necessário, em geral por comida, bebida ou intoxicantes.
Para algumas denominações cristãs, é considerado um dos sete pecados capitais.
 Segundo tal visão, esse pecado também está relacionado ao egoísmo humano: querer ter sempre mais e mais, não se contentando com o que já tem, uma forma de cobiça. 
Ela seria controlada pelo uso da virtude da temperança.
 Entretanto, a gula não é considerada um pecado universalmente; dependendo da cultura, ela pode ser vista como um sinal de status.
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Então iremos ver passo a passo:
O que é desejo?
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Em filosofia, o desejo é uma tensão em direção a um fim considerado pela pessoa que deseja como uma fonte de satisfação.
 É uma tendência algumas vezes consciente, outras vezes inconsciente ou reprimida.
Quando consciente, o desejo é uma atitude mental que acompanha a representação do fim esperado, o qual é o conteúdo mental relativo à mesma.
Enquanto elemento apetitivo, o desejo se distingue da necessidade fisiológica ou psicológica que o acompanha por ser o elemento afetivo do respectivo estado fisiológico ou psicológico.
Tradicionalmente, o desejo pressupõe carência, indigência.
Um ser que não carecesse de nada não desejaria nada, seria um ser perfeito, um Deus.
 Por isso Platão e os filósofos cristãos tomam o desejo como uma característica de seres finitos e imperfeitos.
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Fonte de pesquisa:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gula
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“A GULA engorda”.
 Ela é diferente da fome, do apetite, da vontade de comer.
Na GULA, o indivíduo “come com os olhos”, seu “olho é maior que a boca” e muitas vezes a boca é enorme mesmo.
GULA tem a ver com voracidade, fissura.
A pessoa dominada pelo impulso da GULA é uma boca enorme aberta para o mundo, uma goela larga, um estômago sem fundo, é insaciável.
O guloso está permanentemente em estado de frustração, pois tudo que recebe é pouco para o tamanho da sua necessidade.
Qualquer limite ou barreira é visto por ele como desamor, desconsideração, desinteresse.
Por isso ele consome tudo rapidinho, para poder engolir mais e nem dá tempo de saborear o alimento.
Existe também a GULA de conhecimento.
Ele lê, devora tudo que lhe passa pelas mãos.
 “A atividade da boca alivia a tensão psíquica e estabelece de um modo importante a relação com a mãe” (A.Tallaferro – Curso Básico de Psicanálise).
“Juntamente com a incorporação de alimento e sua conseqüente sensação de satisfação mais ou menos intensa, a criança incorpora um Clima afetivo.
Se esse clima afetivo for desfavorável, ele acabará por interferir no desenvolvimento emocional, como por exemplo, uma carga de hostilidade, de ansiedade ou de inquietação da mãe vai impedir que a criança esgote a tensão cenestésica criada com a mobilização do estímulo fome e esta criança embora tenha se alimentado o suficiente não consegue restabelecer o seu estado de Satisfação/Quietude”
(Victor R. C. Silva Dias – Psicodrama – Teoria e Prática) passando daí a comer em excesso numa tentativa de aliviar a tensão interna.
No guloso predomina o caráter oral com traços psicológicos infantis de fragilidade e dependência; dificuldade em ser agressivo; possui sensação interna de ser carregado, apoiado, cuidado.
 A pessoa com GULA tem um vazio afetivo interior que ele tenta preencher com alimento pela insatisfação na sua oralidade na infância.
Do ponto de vista psicológico o indivíduo com Bulimia comporta-se quase que invariavelmente como o guloso, ou seja, come compulsivamente grandes quantidades de alimento em um período muito curto de tempo, até que tem que se “livrar daquilo”.
Provocando seu vômito.
Na linguagem corrente, a bulimia (etimologicamente "fome de boi") significa que o sujeito se entrega com um apetite ávido, senão com voracidade a determinadas coisas ou atividades.
Seu “rombo afetivo” é tão intenso que ele inconscientemente tem que se entupir de alimento para não ficar em contato com seu vazio interno.
A GULA ou voracidade pode ser uma das causas do alcoolismo e toxicomanias.
 Apresentam um vazio interno podendo daí desenvolver um traço de voracidade na tentativa de saciar este vazio interno.
Tal voracidade pode associar a LUXÚRIA à GULA, ou seja, exageros sexuais.
O que falta ao guloso não é a garra de espírito de luta.
 É sua capacidade de fina assimilação ou de sentir genuíno prazer nas coisas que faz.
Para ele, tudo que se é ou se tem é pouco, daí que pode sentir-se inferiorizado.
 Se todo afeto é insuficiente, se toda homenagem é pequena, sempre se está a um passo da timidez e insegurança.
Contrariamente às virtudes e méritos a bulimia aparece como o caso extremo da GULA, sendo que, em muitas religiões são esperados os rituais de  jejum.
Degustar um bom prato, servir uma boa mesa, investir certo afeto no alimento das pessoas denota saúde mental, pois “comer é um dos prazeres da vida”.
A temperança ou moderação é a virtude oposta à gula.
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Fonte de pesquisa e créditos:
http://www.clinicacomtato.com.br
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 Santo Ambrósio afirmava que: “Aquele que submete o seu próprio corpo e governa sua alma, sem se deixar submergir pelas paixões, é seu próprio senhor: pode ser chamado rei, porque é capaz de reger a sua própria pessoa”.
E  Gandhi afirmava que “a verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é impossível sem o rigoroso controle da gula.
 Todos os demais sentidos estarão, automaticamente, sujeitos ao controle quando a gula estiver sob controle”.
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Dicas para controlar a Gula:
 Coma devagar.
Nunca ponha uma garfada de comida na boca sem antes ter engolido a anterior, depois de tê-la mastigado muito bem.
Aliás, entre uma garfada e outra, descanse o talher no prato, olhe em volta, pense em outros assuntos.
 Só depois disso recomece a sessão.
Devagar e sempre.
Terrível é a gente estar de dieta e andar pela casa cercado de delícias .
Mesmo que more com muitas pessoas que não estão de regime, a ordem é não fazer estoques de atrações fatais: bombons, doces caseiros, balas, sucos, refrigerantes que não dietéticos.
E, para quem não resiste a um salgadinho: que tal eliminar do ambiente aquele armário que está lotado de coisas para a visitas e que quem acaba atacando é você...
Ou tranque-o com chave e entregue-a para alguém de confiança!
  Não beba muito líquido até duas horas antes de ir para a cama Sabe por quê?
 Vamos falar em bom português: líquidos dão vontade de fazer xixi.
E se ela for muito grande, o próprio cérebro nos avisa que precisamos despertar para satisfazer essa necessidade fisiológica.
Acordando, no meio da noite, em que normalmente pensamos?
Por isso, o melhor mesmo é não tomá-los e dormir a noite inteira, direto.
 Horário.
Tudo, na vida da gente, tem horário: Trabalho, escola, missas ou cultos de outras religiões, cinema, teatro, lojas e shoppings (para abrir ou fechar).
Por que razão é que teimamos em não estabelecer horários para as refeições e para os lanches entre elas?
 A postura recomendada aqui, portanto é: instituir horários para alimentar-se.
Não coma nem antes, nem depois do horário: como se a comida fosse trabalho, ou lazer...
Essas dicas é da Dra. Odilza Vital.
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Esse aqui é o livro dela;
Emagreça para sempre:

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Acho que é sempre válido se informar sempre.
Visite o site dela:
 www.odilzavital.com 
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Espero que tenham gostado, e bom observar, pois se come para viver e não vivemos para comer, mas uma boa terapia acredito que seja de grande ajuda aliada a uma dieta, ninguém como desesperadamente porque quer,tem algum problema que esta o fazendo sofrer e nada melhor que descobrir e enfim se tratar e viver uma vida sáudavel.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A vaidade

Ficheiro:Allisvanity.jpg
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"Tudo É Vaidade", de C. Allan Gilbert, nos lembrando que a beleza é tão apenas transitória à luz da nossa própria mortalidade
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"A vaidade quer aplauso."
 (Massimo D'Azeglio)
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A vaidade (chamada também de orgulho ou soberba) é o desejo de atrair a admiração das outras pessoas. Uma pessoa vaidosa cria uma imagem pessoal para transmitir aos outros, com o objetivo de ser admirada. Mostra com extravagância seus pontos positivos e esconde seus pontos negativos.
A vaidade é mais utilizada também hoje para estética, visual e aparência da própria pessoa.
 A imagem de uma pessoa vaidosa estará geralmente em frente a um espelho, a exemplo de Narciso.
Uma pessoa vaidosa pode ser gananciosa, por querer obter algo valioso, mas é só para causar inveja aos outros.
O que pelas lentes de alguns é asseio, glamour, fantasia, amor ao belo ou elevação da auto-estima, pelas lentes de outros pode ser (ou parecer) vaidade.
Nos Ensaios de Montaigne há um capítulo sobre vaidade.
 Um escritor brasileiro, Flávio Gikovate, tem se dedicado a analisar a influência da vaidade na vida das pessoas e seus impactos na sociedade.
A vaidade é considerada o mais grave dos pecados capitais.
É a expectativa de que as pessoas venham preencher as nossas necessidades.
 É também querer parecer alguma coisa, para ter uma resposta positiva dos outros.
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Vamos por partes para termos noção do que é admiração:
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Admiração (do latim admirari) é um sentimento de assombro, surpresa ou espanto diante de uma situação.
Na Filosofia, a «admiração» ou «espanto» é o princípio fundamental para começar a filosofar, ou seja, é um processo atractivo através do qual não passamos indiferentes perante qualquer coisa, colocando-nos em movimento, partindo de coisas simples para coisas mais complexas, terminando no conhecimento de si, como desconhecendo-se («só sei que nada sei», Sócrates) ou desconhecendo as coisas. 
Assim, admirar-se perante qualquer coisa é ter a capacidade de problematizar o que parecia evidente, procurando esclarecer o que se apresenta como obscuro.
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Agora vamos saber o que é estética:
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Estética (do grego αισθητική ou aisthésis: percepção, sensação) é um ramo da filosofia que tem por objeto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte.
 Ela estuda o julgamento e a percepção do que é considerado belo, a produção das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como: as diferentes formas de arte e da técnica artística; a idéia de obra de arte e de criação; a relação entre matérias e formas nas artes. 
Por outro lado, a estética também pode ocupar-se do sublime, ou da privação da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até mesmo ridículo.
Estética Normativa: É o campo da filosofia que enriquece nas letras, no corpo e nas pinturas.
Estética Profana: É o campo estetico consitituido por dois polos:a sensação de um corpo nu e o julgamento em que no ser humano provoca atrito olhar orgãos genitais.
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Agora vamos ver o que é a aparência:
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Aparência é o aspecto ou aquilo que se mostra superficialmente ou à primeira vista.
Filosofia
Basicamente, há duas variedades de visões filosóficas sobre a relação entre realidade e aparência: a visão da aparência como tudo a que temos acesso cognitivo direto, típica do idealismo, e a visão da aparência como o aparecer da realidade, típica do realismo.
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Idealismo
A relação entre aparência e realidade pode ser problematizada, pois é argumentável que só temos acesso a como as coisas aparecem, e nada do que aparece diz como as coisas são em si mesmas.
Por exemplo, a cada pessoa que está ao redor de uma mesa retangular, seu tampo aparece com um formato diferente. 
O lado mais próximo parece maior, o lado mais distante parece menor. 
A cada um parece que as bordas laterais do tampo formam uma linha que se encontra em um ponto distante (perspectiva). 
No entanto, a mesa tem um formato único, que não se modifica com nosso movimento, e que não muda por haver alguém observando. 
E as linhas das suas laterais são paralelas, não se encontram em um ponto distante. 
Assim, a mesa real não é como aparece, e o que aparece não é o que a mesa é.
Realismo
A relação entre aparência e realidade não é problemática, pois a aparência ou fenômeno é a apresentação das coisas a nós. 
Ao aparecerem a nós, as coisas se apresentam, de modo que, havendo aparência, usualmente há algo que aparece. 
As coisas podem se apresentar diretamente, ou através de indícios ou sintomas, ou pode ser apresentada uma propriedade que a coisa não tem.
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Ficheiro:Michelangelo Caravaggio 065.jpg
Narciso (1594-1596), por Caravaggio.
Quem era Narciso?
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Na mitologia greco-romana, Narciso ou O Auto-Admirador (Língua grega: Νάρκισσος), era um herói do território de Téspias, Beócia, famoso pela sua beleza e orgulho.
 Várias versões do seu mito sobreviveram: a de Ovídio, das suas Metamorfoses; a de Pausânias, do seu Guia para a Grécia (9.31.7); e uma encontrada entre os papiros encontrados nos Papiros de Oxirrinco, ou Chenoboskion, também chamada Oxyrhynchus. 
Era filho do deus-rio Cefiso e da ninfa Liríope. 
No dia do seu nascimento, o adivinho Tirésias vaticinou que Narciso teria vida longa desde que jamais contemplasse a própria figura.
Pausânias localiza a fonte de Narciso na "cama de juncos" em Donacon, no território dos Téspios. 
Pausânias acha incrível que alguém não conseguisse distinguir um reflexo de uma pessoa verdadeira, e cita uma variante menos conhecida da história, na qual Narciso tinha uma irmã gémea.
 Ambos se vestiam da mesma forma e usavam o mesmo tipo de roupas e caçavam juntos.
 Narciso apaixonou-se por ela. 
Quando ela morreu, Narciso consumiu-se de desgosto por ela, e fingiu que o reflexo que via na água era a sua irmã. 
Onde o seu corpo se encontrava, apenas restou uma flor: o narciso.
Como Pausânias também nota, outra história conta que a flor narciso foi criada para atrair Perséfone, filha de Deméter, para longe das suas companheiras e permitir que Hades a raptasse.
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Ficheiro:Nicolas Poussin 040.jpg
Narciso e Eco (1629-1630), de Nicolas Poussin.
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Narciso e Eco
Uma ninfa bela e graciosa tão jovem quanto Narciso,chamada Eco e que amava o rapaz em vão. 
A beleza de Narciso era tão incomparável que ele pensava que era semelhante a um deus, comparável à beleza de Dionísio e Apolo. 
Como resultado disso, Narciso rejeitou a afeição de Eco até que esta, desesperada, definhou, deixando apenas um sussurro débil e melancólico.
 Para dar uma lição ao rapaz frívolo, a deusa Némesis condenou Narciso a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco. 
Encantado pela sua própria beleza, Narciso deitou-se no banco do rio e definhou, olhando-se na água e se embelezando. 
As ninfas construíram-lhe uma pira, mas quando foram buscar o corpo, apenas encontraram uma flor no seu lugar: o narciso.
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Versão arcaica
Esta, uma versão mais arcaica do que a contada por Ovídio nas suas Metamorfoses, é um conto moral no qual o orgulhoso e insensível Narciso é punido por ter desprezado todos os seus pretendentes masculinos. 
Pensa-se que era um conto de aviso dirigido aos rapazes adolescentes.
 Até recentemente, a única fonte desta versão era um segmento em Pausânias (9.31.7), cerca de 150 anos após Ovídio.
 Contudo, um relato muito parecido foi descoberto entre os papiros de Oxyrhynchus em 2004, um relato que antecede a versão de Ovídio por pelo menos quinze anos.
Nesta história, Amantis, um jovem, amava Narciso mas era desprezado.
 Para se livrar do chato Amantis, Narciso deu-lhe uma espada de presente. Amantis usou essa espada para se matar à porta de Narciso e rogou a Némesis que Narciso conhecesse um dia a dor do amor não correspondido. Esta maldição foi cumprida quando Narciso ficou encantado pelo seu reflexo na lagoa e tentou seduzir o belo rapaz, não se apercebendo de que aquele que ele olhava era ele próprio. 
Completando a simetria do conto, Narciso toma a sua espada e mata-se por desgosto
Diferentes versões da história dizem que Narciso, após desdenhar os seus pretendentes masculinos, foi amaldiçoado pelos deuses para amar o primeiro homem em que pousasse os olhos. 
Enquanto caminhava pelos jardins de Eco, descobriu a lagoa de Eco e viu o seu reflexo na água. 
Apaixonando-se profundamente por si próprio, inclinou-se cada vez mais para o seu reflexo na água, acabando por cair na lagoa e se afogar.
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Narcisismo
O narcisismo tem o seu nome derivado de Narciso, e ambos derivam da palavra Grega narke, "entorpecido" de onde também vem a palavra narcótico. 
Assim, para os gregos, Narciso simbolizava a vaidade e a insensibilidade, visto que ele era emocionalmente entorpecido às solicitações daqueles que se apaixonaram pela sua beleza. 
Mas, Narciso, não simboliza apenas mera negatividade: "o mito de Narciso representa (senão para os gregos ao menos para nós) o drama da individualidade"; "ele mostra, isto sim, a profundidade de um indivíduo que toma consciência de si mesmo" em si mesmo e perante a si mesmo, ou seja, no lugar onde experimenta os seus dramas humanos (Cf.Bibliografia, Spinelli, Miguel, p.99).
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Influência
A parábola de Narciso tem sido uma grande fonte de inspiração para os artistas há pelo menos dois mil anos, começando com o poeta romano Ovídio (livro III das Metamorfoses). 
Isto foi seguido em séculos mais recentes por outros poetas como (John Keats), e pintores (Caravaggio, Nicolas Poussin, Turner, Salvador Dalí, e Waterhouse). 
No romance de Stendhal Le Rouge et le Noir (1830), há um narcisista clássico na personagem de Mathilde. Diz o príncipe Korasoff a Julien Sorel, o protagonista, sobre a sua amada:
Ela olha para ela em vez de olhar para ti, e por isso não te conhece.
Durante as duas ou três pequenas explosões de paixão que ela se permitiu a teu favor, ela, por um grande esforço de imaginação, viu em ti o herói dos seus sonhos, e não tu mesmo como realmente és.
O mito tem uma influência decidida na cultura homoerótica inglesa Vitoriana, por via da influência de André Gide no seu estudo do mito Traité du Narcisse ('O tratado de Narciso', 1891), e da influência de Oscar Wilde. 
Também, muitas personagens dos escritos de Fyodor Dostoevsky (escritor russo do século XIX) são tipos de Narcisos solitários, tal como Yakov Petrovich Golyadkin em "The Double" (Publicado em 1846). 
Ainda na literatura, Paulo Coelho, em O Alquimista, utilizou como prefácio o mito, usando também a emenda que Wilde escreveu sobre o que ocorreu depois da morte de Narciso.
Na música, Caetano Veloso utiliza o espírito do mito de Narciso em letra de Sampa, onde pretende explicar o que lhe ocorreu quando diante de São Paulo pela primeira vez:
"[...]
Quando eu te encarei
Frente a frente
Não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi
de mau gosto o mau gosto
É que Narciso acha feio
o que não é espelho
E a mente apavora o que ainda
Não é mesmo velho
Nada do que não era antes
quando não somos mutantes
[...]"
Ficheiro:Narcissus Mazarini Louvre Ma435.jpg
Narciso, também conhecido como o "Hermafrodita de Mazarini".
 A estátua é composta por um antigo busto e uma base antiga, montados em seu estado atual em período recente.
 Mármore, Século III
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O estudo é bem grande eu sei mas vale a pena saber todos os detalhes,  conhecimento é sempre muito bom,para nós e para ajudarmos o nosso próximo.
Vamos falar mais um pouco sobre o Narcisimo:
Narcisismo descreve a característica de personalidade de paixão por si mesmo.
Freud acreditava que algum nível de narcisismo constitui uma parte de todos desde o nascimento .
Andrew Morrison afirma que, em adultos, um nível razoável de narcisismo saudável permite que um indivíduo equilibre a percepção de suas necessidades em relação às de outrem .
Em psicologia e psiquiatria, o narcisismo muito excessivo é o que dificulta o individuo a ter uma vida satisfatória, é reconhecido como um estado patológico e recebe o nome de Transtorno de personalidade narcisista.
 Indivíduos com o transtorno julgam-se grandiosos e possuem necessidades de admiração e aprovação de outras pessoas em excesso.
Em psicanálise o narcisismo representa um modo particular de relação com a sexualidade, sendo um conceito crucial para a formação da teoria psicanalítica tal qual conhecemos hoje. 
Em 1914 Freud lançou o livro Sobre a Introdução do Conceito de Narcisismo, neste livro Freud subdivide o narcisismo em duas fases:
Narcisismo primário- é a fase auto-erótica, o primeiro modo de satisfação da libido, onde as pulsões buscam satisfação no próprio corpo. 
Nesse período ainda não existe uma unidade do ego, nem uma diferenciação real do mundo.
Narcisismo secundário - ocorre em dois momentos: o investimento objetal e o retorno desse investimento para o ego. Quando o bebê já consegue diferenciar seu próprio corpo do mundo externo ele identifica quais as suas necessidades e quem pode satisfazê-las, então concentra em um objeto suas pulsões parciais, geralmente na mãe.
O narcisismo não é apenas uma condição patológica, mas também um protetor do psiquísmo.
 Um narcisismo “que promove a constituição de uma imagem de si unificada, perfeita, cumprida e inteira”. (Houser, 2006, pág. 33). 
Ultrapassa o auto-erotismo para fornecer a integração de uma figura positiva e diferenciada do outro.
Exprimir uma certa forma de narcisismo não tem nada de grave num adolescente. 
Trata-se na maior parte das vezes de uma etapa no desenvolvimento da personalidade antes de enfrentar as responsabilidades da vida adulta.
 No entanto, se o comportamento narcisístico não desaparece, e pelo contrário se exaspera, é melhor recorrer a um psicólogo.
Os termos "narcisismo" e "narcisista" são freqüentemente utilizados como pejorativos, denotando vaidade ou egoísmo.
 Quando aplicado a um grupo social, o conceito tem relação com o conceito de elitismo.
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Mas o que será etilismo?
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Elitismo é o sistema embasado no favorecimento de minorias, normalmente de membros da aristocracia. Para melhor entendimento do elitismo podemos citar este artigo:
O Elitismo provém, não da prosperidade ou de funções sociais específicas, mas de um vasto e complexo corpo de símbolos, inclusive de condutas, estilos de vestimenta, sotaque, atividades recreativas, rituais, cerimônias e de um punhado de outras características. 
Habilidades e aptidões que podem ser ensinadas são conscientes, enquanto o grande vulto de símbolos que forma o verdadeiro elitismo é inconsciente.
O elitismo pode se apresentar como diversas formas de pensamento que favorecem as mais prósperas camadas sociais. 
É amplamente criticado, principalmente na América Latina, onde predominam grupos populistas de esquerda em suposta defesa da população a nível de jus soli, no sentido de uma grande massa popular composta de pessoas de baixa renda que somadas possuem economicamente e socialmente menos peso nas decisões do rumo no planeta que apenas alguns poucos indíviduos subsidiados pelo elitismo a nível individual e familiar.
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Ficheiro:Yellow Daffodil.jpg
Para terminar, vamos conhecer a Flor:
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Narcissus L. ou narciso é um género botânico pertencente à família Amaryllidaceae. 
As cores de suas flores geralmente variam entre o amarelo e o branco. 
A sua origem é o Mediterrâneo e partes da Ásia central e a China continental mas são cultivares ornamentais difundidos em muitas outras partes do mundo, como nos Estados Unidos, no Canadá e na Argentina.
 O seu nome tem origem no personagem mitológico Narciso.
Floresce no princípio da primavera e é frequentemente encontrada em solo úmido perto de uma lagoa.
 É auto-suficiente. 
A flor tem normalmente seis pétalas brancas com um funil central amarelo contendo o estamina e o estigma.
 Ficheiro:Narcissus pseudonarcissus (S.lukas).JPG
O caule inclina-se antes da flor, pendendo de forma a que a flor esteja virada para baixo em vez de para cima.
Segundo o mito, isto é porque Narciso, o personagem mitológico, estava a olhar para baixo para o seu reflexo quando foi transformado na flor. 
Senão, o caule estaria direito e firme.
No Islão, o Hadith de Bukhari associa a flor com o homem honesto e recto. 
O símbolo também foi comparado com a transformação da vaidade e auto-centrismo na humildade de um ser mais individuado e espiritual.
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Bem espero que tenham gostado, da para ter uma boa visão da vaidade extrema.
Por isso tudo equilibrado é a melhor solução, para não sofremos e não fazer nosso próximo sofrer.
Tudo na medida certa,para não perder o fio da meada.
Fiquem a vontade para comentar e deixar seus comentários.
Eu posso falar que aprendi muito com esse estudo, espero que vocês também.
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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Avareza

Ficheiro:Avareza dante.jpg
Os avarentos. Dante conversa com o papa Adriano V (Divina Comédia, Purgatório, Canto XIX) - gravura de Gustave Doré, século 19.
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"O avarento gostaria que o sol fosse de ouro para poder amoedá-lo."
(Francisco de Quevedo)
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É o apego excessivo e descontrolado pelos bens materiais e pelo dinheiro, priorizando-os e deixando Deus em segundo plano.
 É considerado o pecado mais tolo por se firmar em possibilidades.
Na concepção cristã, a avareza é considerada um dos sete pecados capitais, pois o avarento prefere os bens materiais ao convívio com Deus.
 Neste sentido, o pecado da avareza conduz à idolatria, que significa tratar algo, que não é Deus, como se fosse deus.
Avareza, no cristianismo, é sinônimo de ganância, ou seja, é a vontade exagerada de possuir qualquer coisa. Mais caracteristicamente é um desejo descontrolado, uma cobiça de bens materiais e dinheiro, ganância.
 Mas existe também avareza por informação ou por indíviduos, por exemplo.
Para o avaro, os bens materiais deixam de ser um meio para aquisição de bens e serviços e para a satisfação das necessidades, mas um fim em si.
A avareza opõe-se à virtude da generosidade.
Ainda de acordo com a definição usual, valores imateriais como a inteligência, cultura, arte, beleza e amor não existem para o avarento, pois tais elementos são abstratos e não podem ser convertidos em dinheiro.
O avarento renega aos próprios desejos e necessidades para ter apenas uma possibilidade de gozar do fato de poder possuir um pouco mais de dinheiro em suas economias.
"Há homens nascidos para possuir e que sabem vivificar tudo o que possuem. 
Outros não o sabem; a sua riqueza falta graça; parece um compromisso firmado com seu caráter.
 Dir-se-ia que roubam os próprios dividendos. 
Deveriam possuir aqueles que sabem administrar, não os que acumulam e dissimulam, não aqueles que quanto mais possuem, mais mendicantes se mostram, porém aqueles cuja atividade dá trabalho a maior número, abre caminho para todos". 
(Ralph Waldo Emerson, A conduta para vida, p. 71).
Fonte de pesquisa e estudo:
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"A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda."
 Provérbios 11, 24.
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Olá,bem fizemos um estudo sobre a avareza, vale lembrar que é um estudo e que cabe a nós o discernimento do que é o bem ou o mal,não cabe a nós apontamentos.
Então vamos trocar idéias.
Me diga você alguma vez foi avarento?
Mas me fale sobre você e não alguém que você conheça.
Vale lembrar que antes de olhar o nosso próximo, devemos antes olhar para dentro de nós mesmos.
Estamos aqui para aprendermos juntos.
Posso falar por mim, eu até hoje não fui avarenta, nem quando tinha dinheiro..
Dinheiro para mim é um complemento e não dita minha vida e nem meus valores.
Cabe a mim mandar nele e não ele ter autoridade sobre mim.
Bens materiais para mim é para meu uso e não para eu achar que sou alguém por causa deles, posso ter muito, mas não ter conteúdo nenhum, mas também posso não ter nada e mesmo assim ser um avarento,então cabe lembrar que tudo é relativo,precisa-se olhar muito para dentro de si,para podermos nos avaliar.
Isso não quer dizer ,que não posso adquirir bens na vida, quer dizer que eu não posso deixar que eles façam-se regras em minha vida.
No meu modo de pensar,existe valores maiores a serem conquistados, mas que se eu tiver discernimento não me deixarei dominar pelos bens ou pelo dinheiro que eu possuir.
Bem agora você já sabe como penso,então deixe seu comentário para juntos trocarmos experiências.
(Cacau)

Os sete pecados capitais (Primeira Parte)

Ficheiro:Jérôme Bosch-Les 7 Péchés Capitaux .jpg
Representação dos Sete Pecados Capitais por Bosch.
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Os conceitos incorporados no que se conhece hoje como os sete pecados capitais se trata de uma classificação de condições humanas conhecidas atualmente como vícios que é muito antiga e que precede ao surgimento do cristianismo mas que foi usada mais tarde pelo catolicismo com o intuito de controlar, educar, e proteger os seguidores, de forma a compreender e controlar os instintos básicos do ser humano.
 O que foi visto como problema de saúde pelos antigos gregos, por exemplo, a depressão (melancolia, ou tristeza), foi transformado em pecado pelos grandes pensadores da Igreja Católica.
Assim, a Igreja Católica classificou e seleccionou os pecados em dois tipos: os pecados que são perdoáveis sem a necessidade do sacramento da confissão, e os pecados capitais, merecedores de condenação.
 A partir de inícios do século XIV a popularidade dos sete pecados capitais entre artistas da época resultou numa popularização e mistura com a cultura humana no mundo inteiro.
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Segundo Evágrio do Ponto
De acordo com o livro Sacred Origins of Profound Things (Origens Sagradas de Coisas Profundas), de Charles Panati, a teóloga e monge grego Beatrice G. e Fernando T. (345 – 399) teria escrito uma lista de oito crimes e "paixões" humanas, em ordem crescente de importância (ou gravidade):
Gula
Avareza
Luxúria (ligado à Vaidade)
Ira
Melancolia
Acídia (ou Preguiça Espiritual)
Orgulho
Para do Ponto os pecados tornavam-se piores à medida que tornassem a pessoa mais egocêntrica, com o orgulho ou soberba sendo o supra-sumo dessa fixação do ser humano em relação a si mesmo.
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Ficheiro:Evagrius.jpg
Evágrio do Ponto, à esquerda
Quem era Evágrio do Ponto?
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Evágrio do Ponto (ou Evágrio Pôntico, em grego Euagrios Pontikos; c. 346 no Ponto - 399/400 no Egipto) foi um escritor, asceta e monge cristão.
Evágrio dirigiu-se ao Egipto, a «Pátria dos Monges», a fim de ver a experiência desses homens no deserto, e acabou por se juntar a uma comunidade monástica do Baixo Egipto. Seguidor das doutrinas de Orígenes, foi por diversas vezes condenado – de facto, Evágrio teve importante papel na difusão do Origenismo entre os monges do deserto egípcio, tendo-se tornado líder de uma corrente monástica origenista.
Apesar disso, Evágrio trouxe um aspecto positivo para a Igreja. 
Da sua vivência com os monges, traçou as principais doenças espirituais que os afligiam – os oito males do corpo; esta doutrina foi conhecida de João Cassiano, que a divulgou pelo Oriente; mais tarde, o Papa Gregório Magno também ouviu falar nela, e adaptou-a para o Ocidente como os sete pecados capitais e reduzindo de 8 para 7 – a saber a soberba, a avareza, a inveja, a ira, a luxúria, a gula e a preguiça (à qual Evágrio chamara de acídia e tristeza).
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Papa Gregório I, OSB
Segundo Papa Gregório I
No final do século VI o Papa Gregório I reduziu a lista a sete itens, juntando "vaidade" e "orgulho" (ou "soberba") e trocando "acídia" e "melancolia" por "inveja". Para fazer sua própria hierarquia, o pontífice colocou em ordem decrescente os pecados que mais ofendiam ao amor:
Orgulho;
Inveja;
Ira;
Indolência;
Avareza;
Gula;
Luxúria;
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Ficheiro:Young Folks' History of Rome illus436.png
Quem era Papa Gregório I?
São Gregório I, OSB (ca. 540 — 12 de Março de 604) foi Papa de 3 de Setembro de 590 até a data da sua morte. Era monge beneditino. É um Doutor da Igreja e um Padre latino.
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Vida e obras
Gregório nasceu em Roma numa família da aristocracia tradicional romana, filho de Gordiaus e de Santa Sílvia. 
Chegou a perseguir uma carreira política que o levou ao cargo de prefeito da cidade. Em cerca de 575, Gregório ingressa num mosteiro e assume a vida religiosa por influência dos escritos e personalidade de São Bento. 
Converteu sua casa no monte Célio no mosteiro de Santo André e fundou seis outros nas terras de sua família, na Sicília.
Foi também apocrisiário em Constantinopla.
Enquanto papa, Gregório foi o responsável pelo envio dos primeiros missionários para converter os anglo-saxões nas Ilhas Britânicas (tendo enviado para lá um grupo de quarenta monges beneditinos, liderados por Agostinho de Cantuária, que seria o primeiro bispo de Cantuária).
 É ainda responsável pela divulgação do tipo de música que é hoje em dia conhecido como canto gregoriano. Deixou extensa obra escrita, incluindo sermões e comentários sobre a Bíblia, como o livro Moralia, que comenta o livro de Jó, e volumes de correspondência.
Também foi responsável pela compilação dos sete pecados capitais - a soberba, a avareza, a inveja, a ira, a luxúria, a gula e a preguiça - adaptando para o Ocidente a partir das oito tentações descritas pelo monge Euagrios Pontikos dois séculos antes.
A par do Papa Leão I, foi chamado pelo povo de Magno, sendo celebrado como santo pela Igreja Católica.
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Segundo São Tomás de Aquino
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Mais tarde, outros teólogos, entre eles, Tomás de Aquino analisaram novamente a gravidade dos pecados e fizeram mais uma lista. No século XVII, a igreja substituiu "melancolia" – considerado um pecado demasiado vago – por "preguiça".
Assim, atualmente aceita-se a seguinte lista dos sete pecados capitais:
Vaidade;
Inveja;
Ira;
Preguiça;
Avareza;
Gula;
Luxúria;
Os pecados são diretamente opostos às Sete Virtudes, que pregam o exato oposto dos Sete Pecados capitais inclusive servindo como salvação aos pecadores.
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Quem era Tomás de Aquino?
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São Tomás de Aquino OP (Roccasecca, 1225 — Fossanova, 7 de março 1274) foi um padre dominicano, teólogo, distinto expoente da escolástica, proclamado santo e cognominado Doctor Communis ou Doctor Angelicus pela Igreja Católica.
Tomás nasceu em Aquino por volta de 1225, de acordo com alguns autores no castelo do pai Conde Landulf de Aquino, localizado em Roccasecca, no mesmo Condado de Aquino (Reino da Sicília, no atual Lácio). 
Por meio de sua mãe, a condessa Teodora de Theate, Tomás era ligado à dinastia Hohenstaufen do Sacro Império Romano-Germânico. 
O irmão de Landulf, Sinibald, era abade da original abadia beneditina em Monte Cassino.
 Enquanto os demais filhos da família seguiram uma carreira militar, a família pretendida que Tomás seguisse seu tio na abadia; isto teria sido um caminho normal para a carreira do filho mais novo de uma família da nobreza sulista italiana.
Aos cinco anos, Tomás começou sua instrução inicial em Monte Cassino, mas depois que o conflito militar que ocorreu entre o imperador Frederico II e o papa Gregório IX na abadia no início de 1239, Landulf e Teodora matricularam Tomás na studium generale (universidade) criada recentemente por Frederico II em Nápoles. 
Foi lá que Thomas provavelmente foi introduzido nas obras de Aristóteles, Averróis e Maimônides, todos que influenciariam sua filosofia teológica.
 Foi igualmente durante seus estudos em Nápoles que Tomás sofreu a influência de João de São Juliano, um pregador dominicano em Nápoles que fazia parte do esforço ativo intentado pela ordem dominicana para recrutar seguidores devotos. 
Nesta época seu professor de aritmética, geometria, astronomia e música era Pedro de Ibérnia.
Aos 19 anos, contra a vontade da família, entrou na ordem fundada por Domingos de Gusmão.
 Estudou filosofia em Nápoles e depois em Paris, onde se dedicou ao ensino e ao estudo de questões filosóficas e teológicas.
 Estudou teologia em Colônia e em Paris se tornou discípulo de Santo Alberto Magno que o "descobriu" e se impressionou com a sua inteligência.
 Por este tempo foi apelidado de "boi mudo". Dele disse Santo Alberto Magno:
 "Quando este boi mugir, o mundo inteiro ouvirá o seu mugido."
Foi mestre na Universidade de Paris no reinado de Luís IX de França. Morreu, com 49 anos, na Abadia de Fossanova, quando se dirigia para Lião a fim de participar do Concílio de Lião, a pedido do Papa.
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Filosofia
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Seu maior mérito foi a síntese do cristianismo com a visão aristotélica do mundo, introduzindo o aristotelismo, sendo redescoberto na Idade Média, na Escolástica anterior, compaginou um e outro, de forma a obter uma sólida base filosófica para a teologia e retificando o materialismo de Aristóteles.
 Em suas duas summae, sistematizou o conhecimento teológico e filosófico de sua época: a Summa theologiae e a Summa contra gentiles.
A partir dele, a Igreja tem uma Teologia (fundada na revelação) e uma Filosofia (baseada no exercício da razão humana) que se fundem numa síntese definitiva: fé e razão, unidas em sua orientação comum rumo a Deus. Sustentou que a filosofia não pode ser substituída pela teologia e que ambas não se opõem. 
Afirmou que não pode haver contradição entre fé e razão.
Explica que toda a criação é boa, tudo o que existe é bom, por participar do ser de Deus, o mal é a ausência de uma perfeição devida e a essência do mal é a privação ou ausência do bem.
Além da sua Teologia e da Filosofia, desenvolveu também uma teoria do conhecimento e uma Antropologia, deixou também escrito conselhos políticos: Do governo do Príncipe, ao rei de Chipre, que se contrapõe, do ponto de vista da ética, ao O Príncipe, de Nicolau Maquiavel.
Com o uso da razão é possível demonstrar a existência de Deus, para isto propõe as 5 vias de demonstração:
Primeira via
Primeiro motor imóvel: tudo o que se move é movido por alguém, é impossível uma cadeia infinita de motores provocando o movimento dos movidos, pois do contrário nunca se chegaria ao movimento presente, logo há que ter um primeiro motor que deu início ao movimento existente e que por ninguém foi movido.
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Segunda via
Causa primeira: decorre da relação "causa-e-efeito" que se observa nas coisas criadas.
 É necessário que haja uma causa primeira que por ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito é atribuída uma causa, do contrário não haveria nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra numa sequência infinita.
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Terceira via
Ser necessário: existem seres que podem ser ou não ser (contingentes), mas nem todos os seres podem ser desnecessários se não o mundo não existiria, logo é preciso que haja um ser que fundamente a existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência fundada em nenhum outro ser.
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Quarta via
Ser perfeito: verifica-se que há graus de perfeição nos seres, uns são mais perfeitos que outros, qualquer graduação pressupõe um parâmetro máximo, logo deve existir um ser que tenha este padrão máximo de perfeição e que é a causa da perfeição dos demais seres.
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Quinta via
Inteligência ordenadora: existe uma ordem no universo que é facilmente verificada, ora toda ordem é fruto de uma inteligência, não se chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser inteligente que dispôs o universo na forma ordenada
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A verdade
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"A verdade é definida como a conformidade da coisa com a inteligência".
 Tomás de Aquino concluiu que a descoberta da verdade ia além do que é visível. Antigos filósofos acreditavam que era verdade somente o que poderia ser visto.
 Aquino já questiona que a verdade era todas as coisas porque todas são reais, visíveis ou invisíveis, exemplificando: uma pedra que está no fundo do oceano não deixa de ser uma pedra real e verdadeira só porque não pode ser vista. 
Aquino concorda e aprimora Agostinho de Hipona quando diz que "A verdade é o meio pelo qual se manifesta aquilo que é". A verdade está nas coisas e no intelecto e ambas convergem junto com o ser.
 O "não-ser" não pode ser verdade até o intelecto o tornar conhecida, ou seja, isso é apreendido através da razão. 
Aquino chega a conclusão que só se pode conhecer a verdade se você conhece o que é o ser.
A verdade é uma virtude como diz Aristóteles, porém o bem é posterior a verdade. 
Isso porque a verdade está mais próximo do ser, mais intimamente e o que o sujeito ser do bem depende do intelecto, "racionalmente a verdade é anterior".
Exemplificando: o intelecto apreende o ser em si; depois, a definição do ser, por último a apetência do ser. Ou seja, primeiramente a noção do ser; depois, a construção da verdade, por fim, o bem.
Sobre a eternidade da verdade ele, Tomás, discorda em partes com Agostinho.
 Para Agostinho a verdade é definitiva. Imutável. 
Já para Aquino, a verdade é a consequência de fatos causados no passado. 
Então na supressão desses fatos à verdade deixa de existir. 
O exemplo que Tomás de Aquino traz é o seguinte: A frase "Sócrates está sentado" é a verdade. 
Seja por uma matéria, uma observação ou analise, mas ele está sentado. 
Ao se levantar, ficando de pé, ele deixa de estar sentado.
 Alterando a verdade para a segunda opção, mudando a primeira.
 Contudo, ambos concordam que na verdade divina a verdade por não ter sido criada, já que Deus sempre existiu, não pode ser desfeita no passado e então é imutável.
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Segundo Tomás de Aquino, a ética consiste em agir de acordo com a natureza racional. 
Todo o homem é dotado de livre-arbítrio, orientado pela consciência e tem uma capacidade inata de captar, intuitivamente, os ditames da ordem moral. 
O primeiro postulado da ordem moral é: faz o bem e evita o mal.
Há uma Lei Divina, revelada por Deus aos homens, que consiste nos Dez Mandamentos.
Há uma Lei Eterna, que é o plano racional de Deus que ordena todo o universo e uma Lei Natural, que é conceituada como a participação da Lei Eterna na criatura racional, ou seja, aquilo que o homem é levado a fazer pela sua natureza racional.
A Lei Positiva é a lei feita pelo homem, de modo a possibilitar uma vida em sociedade.
 Esta subordina-se à Lei Natural, não podendo contrariá-la sob pena de se tornar uma lei injusta; não há a obrigação de obedecer à lei injusta (este é o fundamento objectivo e racional da verdadeira objecção de consciência).
A Justiça consiste na disposição constante da vontade em dar a cada um o que é seu - suum cuique tribuere - e classifica-se como comutativa, distributiva e legal, conforme se faça entre iguais, do soberano para os súbditos e destes para com aquele, respectivamente.
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Ética de Tomás de Aquino
Pensamento
Partindo de um conceito aristotélico, Aquino desenvolveu uma concepção hilemórfica do ser humano, definindo o ser humano como uma unidade formada por dois elementos distintos: a matéria primeira (potencialidade) e a forma substancial (o princípio realizador).
 Esses dois princípios se unem na realidade do corpo e da alma no ser humano. 
Ninguém pode existir na ausência desses dois elementos.
A concepção hilemórfica é coerente com a crença segundo a qual Jesus Cristo, como salvador de toda a humanidade, é ao mesmo tempo plenamente humano e plenamente divino.
 Seu poder salvador está diretamente relacionado com a unidade, no homem ou na mulher, do corpo e da alma. 
Para Aquino, o conceito hilemórfico do homem implica a hominização posterior, que ele professava firmemente. 
Uma vez que corpo e alma se unem para formar um ser humano, não pode existir alma humana em corpo que ainda não é plenamente humano.
O feto em desenvolvimento não tem a forma substancial da pessoa humana.
 Tomás de Aquino aceitou a ideia aristotélica de que primeiro o feto é dotado de uma alma vegetativa, depois, de uma alma animal, em seguida, quando o corpo já se desenvolveu, de uma alma racional.
 Cada uma dessas "almas" é integrada à alma que a sucede até que ocorra, enfim, a união definitiva alma-corpo.

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Comparação com os demônios
.Em 1589, Peter Binsfeld comparou cada um dos pecados capitais com seus respectivos demônios, seguindo os significados mais usados.
 De acordo com Binsfeld's Classification of Demons, esta comparação segue o esquema:
Asmodeus - Luxúria
Belzebu - Gula
Mammon - Ganância
Belphegor - Preguiça
Azazel - Ira
Leviatã - Inveja
Lúcifer - Orgulho
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Quem era Peter Binsferld?
Peter Binsfeld (também chamado de Peter Binsfield, lat. Petrus Binsfeldius), foi um demonologista, teólogo e padre jesuíta Medieval. Viveu em Trier, na Alemanha, e ali morrera da peste em 1598.
 Ele estava envolvido nas caças às bruxas do tempo e escreveu "A Confissão de Warlocks e bruxas", que discutiu as confissões de supostas bruxas, e argumentou que a tortura não afetou a veracidade das confissões.
Em 1589, Peter Binsfeld comparou cada um dos sete pecados capitais com um demônio.
Ele também teorizou que outros demônios poderiam invocar o pecado.
 Por exemplo, Lilith e sua prole, o incubus e sucubus, invocam a luxúria. 
O sucubus dorme com os homens, a fim de impregnar a si mesmo, para que possa suportar mais demônios. O incubus dormeria com mulheres para levá-las a pecar.
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Televisão
A novela da Rede Globo, Sete Pecados, tinha como tema a obra A Divina Comédia, de Dante Alighieri, numa versão modernizada. 
Na novela, a personagem Beatriz, interpretada por Priscila Fantin, precisava fazer com que Dante (Reynaldo Gianecchini) cometesse os sete pecados para conseguir seu amor.
Na série de televisão Supernatural, da Warner Bros., mais precisamente no episódio 3.01 (primeiro da terceira temporada), os irmãos Dean Winchester (Jensen Ackles) e Sam Winchester (Jared Padalecki) precisam enfrentar os demônios que escaparam do inferno, e os primeiros que eles enfrentam são os sete pecados.
O canal "The History Channel", possui uma série que comenta exclusivamente sobre o assunto.
 Chamada "Sete Pecados Capitais", cada episódio retrata um pecado e suas características.
Na Animação Fullmetal Alchemist, Edward Elric e Alphonse Elric entram em combate com seres artificiais, denominados Homúnculos, em que cada um deles levava o nome dos sete pecados capitais, segundo Peter Binsfeld
Outra Animação que recebe o nome de três Pecados Capitais é o Katekyo Hitman Reborn, que contém Belphegor (Preguiça), Leviathan (Inveja) e Viper que prefere ser chamado de Mammon por só se interessar por dinheiro.
Em Umineko no Naku koro ni, a bruxa Beatrice controla sete servas cujas levam os nomes dos sete demônios representantes dos pecados. Estas servas são chamadas de "Estacas do Purgatório" e assassinam os herdeiros da fortuna da família Ushiromiya.*
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Bem essa foi a primeira parte de nosso estudo sobre os sete pecados capitais,no qual nos traz grandes reflexões,mas lembre-se que esse é um estudo,cabe a cada um formar suas próprias opiniões.
Por isso temos o livre-arbirtrio para nosso pensar e agir.
Espero que vocês tenham gostado da primeira parte.
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"Do mesmo modo que o campo, por mais fértil que seja, sem cultivo não pode dar frutos, assim é o espírito sem estudo."
 (Cícero)
Fonte de pesquisa:
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