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domingo, 17 de abril de 2011

A Lenda da Flor-de-Lótus

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Certo dia, à margem de um tranqüilo lago solitário, a cuja margem se erguiam frondosas árvores com perfumosas flores de mil cores, e coalhadas de ninhos onde aves canoras chilreavam, encontraram-se quatro elementos irmãos: o fogo, o ar, a água e a terra..
Quanto tempo sem nos vermos em nossa nudez primitiva - disse o fogo cheio de entusiasmo, como é de sua natureza. 
É verdade - disse o ar.
 - É um destino bem curioso o nosso. À custa de tanto nos prestarmos para construir formas e mais formas, tornamo-nos escravos de nossa obra e perdemos nossa liberdade.
 - Não te queixes - disse a água -, pois estamos obedecendo à Lei, e é um Divino Prazer servir à Criação. Por outro lado, não perdemos nossa liberdade; tu corres de um lado para outro, à tua vontade; o irmão fogo, entra e sai por toda parte servindo a vida e a morte. 
Eu faço o mesmo. 
- Em todo o caso, sou eu quem deveria me queixar - disse a terra - pois estou sempre imóvel, e mesmo sem minha vontade, dou voltas e mais voltas, sem descansar no mesmo espaço.
 - Não entristeçais minha felicidade ao ver-nos - tornou a dizer o fogo - com discussões supérfluas.
 É melhor festejarmos estes momentos em que nos encontrarmos fora da forma.
 Regozijemo-nos à sombra destas árvores e à margem deste lago formado pela nossa união. 
Todos o aplaudiram e se entregaram ao mais feliz companheirismo. 
Cada um contou o que havia feito durante sua longa ausência, as maravilhas que tinham construído e destruído. 
Cada um se orgulhou de se haver prestado para que a Vida se manifestasse através de formas sempre mais belas e mais perfeitas. 
E mais se regozijaram, pensando na multidão de vezes que se uniram fragmentariamente para o seu trabalho. Em meio de tão grande alegria, existia uma nuvem: o homem.
 Ah! como ele era ingrato. 
Haviam-no construído com seus mais perfeitos e puros materiais, e o homem abusava deles, perdendo-os. Tiveram desejo de retirar sua cooperação e privá-lo de realizar suas experiências no plano físico. 
Porém a nuvem dissipou-se e a alegria voltou a reinar entre os quatro irmãos. 
Aproximando-se o momento de se separarem, pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. 
Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. 
Houve muitos projetos que foram abandonados por serem incompletos e insuficientes. 
Por fim, refletindo-se no lago, os quatro disseram: 
- E se construíssemos uma planta cujas raízes estivessem no fundo do lago, a haste na água e as folhas e flores fora dela?
 - A idéia pareceu digna de experiência. 
Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes. 
- Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste. 
- Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta. 
- Eu porei todo o rneu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores. 
Dito e feito. 
Os quatro irmãos começaram a sua obra. 
Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. 
O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. 
Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana. 
Consultaram-se os astros, e foi fixada a data de 8 de maio - quando a Terra está sob a influência da Constelação de Taurus, símbolo do Poder Criador - para a comemoração que desde épocas remotas se tem perpetuado através das idades. 
Foi espalhada esta comemoração por todos os países do Ocidente, e, em 1948, o dia 8 de Maio se tomou também o "Dia da Paz".
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Todos os créditos do texto ao Portal da Índia
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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Lenda da princesa e do pastor no reino das Sete Cidades

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A Lenda da princesa e do pastor no reino das Sete Cidades é uma tradição oral da ilha de São Miguel, nos Açores. 
Versa sobre a origem das lagoas da caldeira do vulcão das Sete Cidades que, apesar de unidas, têm duas cores diferentes, sendo uma verde e outra azul. 
Esta lenda faz parte do complexo lendário das Sete Cidades, um reino antigo e mítico, perdido algures no grande mar oceano acidental.
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Ficheiro:Sete cidades twin lakes.JPG
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Lagoas das Sete Cidades, São Miguel.
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Lenda
Os reis desta terra encantada tinham uma linda filha que não gostava de se sentir presa entre as muralhas do castelo e saía todos os dias para os campos. 
Adorava o verde e as flores, o canto dos pássaros, o mar no horizonte. 
Passeava-se pelas aldeias, pelos montes e pelos vales.
Durante um dos seus passeios pelos campos conheceu um pastor, filho de gente simples do campo que vinha do trabalho com os seus rebanhos. 
Conversaram quase toda uma tarde das coisas da vida, e viram que gostavam das mesmas coisas. 
Dessa conversa demorada veio a nascer o amor e passaram a encontrar-se todos os dias, jurando amores eternos.
No entanto a princesa já com o destino traçado pelos seus pais, tinha o casamento marcado com um príncipe de um reino vizinho. 
E quando o seu pai soube desses encontros com o pastor, tratou de os proibir, concedendo-lhe no entanto um encontro derradeiro para a despedida.
Quando os dois apaixonados se encontraram pela última vez, choraram tanto que junto aos seus pés aos poucos foram crescendo duas lagoas. 
Uma das lagoas, com águas de cor azul, nasceu das lágrimas derramadas pelos olhos também azuis da princesa. 
A outras, de cor verde, nasceu das lágrimas derramadas dos olhos também verdes do pastor.
Para o futuro ficou, reza a lenda, que se os dois apaixonados não puderam viver juntos para sempre, pelo menos as lagoas nascidas das suas lágrimas ficaram juntas para sempre, jamais se separando.
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Fonte de Pesquisa:
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Frase para Meditação:
 "Não há amor sem coragem e não há coragem sem amor." 
 (Rollo May)
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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Lenda do Pezinho de Nossa Senhora

Ficheiro:Murillo immaculate conception.jpg
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A Lenda do Pezinho de Nossa Senhora é uma tradição oral da ilha Terceira, nos Açores.
 Liga-se à fé e à religiosidade do povo açoriano.
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Lenda
Nos dias do início do povoamento nos princípios do século XV, várias pessoas passavam junto de um curso de água denominado Ribeira das Sete, quando avistaram a Virgem Nossa Senhora a pairar sobre a água, dizendo:
 "Estai atentos.
 Aqui próximo, no mar, há-de aparecer uma imagem minha". 
Ao dizer isto, Nossa Senhora colocou um pé na rocha basáltica de um dos lados da ribeira, desaparecendo em seguida e deixando a pegada marcada.
Quando o acontecimento foi divulgado pela localidade e seus arredores, as populações ficaram alvoraçadas. Muitas, apesar de cépticas, iam espreitar o mar para ver se avistavam alguma coisa. 
Ficaram então muito admiradas quando, passados alguns dias, deu à costa um caixote feito em madeira. Tinha vindo levado pelo mar, ficando depositado num poço de maré. 
Ao ser aberto, foi encontrada uma imagem, como havia sido predito: a de Nossa Senhora da Ajuda, esculpida em pedra.
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Ficheiro:Ermida da Ajuda St Barbara Ter Azores.jpg
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Ermida de Nossa Senhora da Ajuda.
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A imagem foi levada para a igreja paroquial, onde a população pensou lhe dedicar um altar.
 Mas no dia seguinte à sua entrada na igreja, a imagem tinha desaparecido. 
A imagem acabaria por ser encontrada no local da Lapinha, onde tinha sido encontrada, junto de uma pequena furna cavada na rocha. 
Quando soube do ocorrido, uma aldeã da localidade disse que nessa noite tinha visto passar o que lhe pareceu uma senhora em trânsito da igreja para o local da Lapinha, transportada por anjos.
Depois de este fenómeno acontecer repetidamente, a população já sabia onde encontrar a imagem. 
Um dia, o padre e alguns homens da localidade resolveram levar mais uma vez a imagem para a igreja. 
Mas quando foram pegar nela, ficou repentinamente tão pesada que não foi possível deslocá-la. 
Foi assim que o povo percebeu finalmente que a Virgem queira ali ficar, próxima do mar. 
O povo edificou-lhe então a Ermida de Nossa Senhora da Ajuda, onde colocaram a imagem.
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Fonte de Pesquisa:
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Frase para Meditação:
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"Fé é o pássaro que sente a luz e canta quando a madrugada é ainda escura."
 (Rabindranath Tagore)
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Ficheiro:Murillo immaculate conception.jpg

Lenda do Menino do Coro e a Sineira da Sé

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A Lenda do Menino do Coro e a Sineira da Sé é uma tradição oral da ilha Terceira, nos Açores. 
Liga-se à Sé Catedral dos Açores, que remonta ao século XVII.
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Lenda
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No tesouro da igreja da Sé em Angra do Heroísmo existe uma exótica imagem de Santo António de Lisboa, em que este se encontra vestido como um menino do coro, representação pouco habitual.
Conta a lenda que um mestre da capela estava muito preocupado pois não conseguia a harmonia entre os seus pupilos e a festa seria para dali a poucos dias.
 Furioso, ameaçou bater a um aluno se este não começasse a entoar as músicas na forma correcta. Apavorada, a criança fugiu pela catedral até que, à procura de um lugar para se esconder, se encaminhou para as torres da igreja.
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Ficheiro:Igr se angra 1.jpg
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Igreja do Santíssimo Salvador da Sé, Angra do Heroísmo.
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Mesmo ali não se sentiu seguro, e à procura de um melhor lugar para se esconder, começou a subir a íngreme escada em caracol que levava aos sinos e aos pináculos das torres. 
Quando lá chegou pôs-se à escuta e, provavelmente confundindo o barulho do vento com o barulho de passos, julgou ter ouvido o mestre da capela no seu encalço. 
Não pensando nas consequências, atirou-se do alto de uma das torres.
A criança foi salva por um vento divino que a sustentou no ar, usando a opa da função do coro como pára-quedas.
 Levado pelo vento, o menino voou por três ruas até ser depositado no telhado do Convento de Nossa Senhora da Esperança, onde foi recebido pelos freiras com grande espanto.
Para comemorar esta acção divina e o salvamento do filho, o pai da criança mandou estão fazer a mencionada imagem de Santo António vestido de menino de coro, que durante muitos anos esteve exposta antes de dar entrada no tesouro da Sé Catedral dos Açores. 
O menino de cantor de coro passou a ser sacerdote na sua vida de adulto.
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Fonte de Pesquisa:
Frase para Meditação:
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Algumas coisas são verdadeiras, acreditando nelas ou não.
Cidade dos Anjos
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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Lenda da Lagoa do Negro

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A Lenda da Lagoa do Negro é uma tradição da ilha Terceira, nos Açores. 
Versa sobre a origem do nome da Lagoa do Negro, junto à Gruta do Natal.
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Lenda
Segundo a lenda, há alguns séculos existia uma família nobre na Terceira que tinha, como era costume na época, escravos negros.
 A filha do morgado, habituada a receber as ordens do pai que eram compridas de forma inquestionável por todos, aceitou com naturalidade um casamento imposto por conveniência para a união de terras e aumento do poder.
Era um casamento sem amor mas, por boa educação e honestidade, ela submetia-se ao marido. 
No entanto, a morgada tinha um amor proibido socialmente inaceitável por um escravo negro, que lhe retribuía o sentimento.
Um dia o escravo negro falou com a sua amada e, juntos, chegaram à conclusão que o seu amor era impossível no mundo em que viviam. 
Só poderiam viver juntos se fugissem. 
No entanto, o marido da morgada tinha ordenado a uma das aias da esposa que a seguisse por todo o lado.
Ficheiro:Lagoa do Negro, Angra do Heroísmo, interior da ilha Terceira, Açores, Portugal1.jpg
Lagoa do Negro, Terceira.
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Tendo ouvido a conversa entre a morgada e o escravo, esta informou o amo, que ordenou aos seus capatazes que prendessem o escravo.
Ao ouvir o ladrar dos cães de caça ao longe, e sabendo que não era dia de caçada, o escravo desconfiou que andavam à sua procura e pôs-se em fuga pelos campos, em direcção ao interior da ilha. 
Após um dia e uma noite em fuga, caminhando por montes, vales e difíceis veredas, o fugitivo cansado e sentindo os cavalos já próximos, não tinha mais forças para correr ou sequer andar. 
Sem ter onde se esconder, resolveu parar e por ali ficar, abandonando-se à sua sorte.
Começou a chorar, e as suas lágrimas rapidamente se multiplicaram e fizeram nascer uma linda lagoa à sua frente, aninhada ao lado de uma colina arborizada. 
Quando se apercebeu da lagoa, os cavalos já estavam quase sobre ele. 
Não tendo mais para onde fugir, atirou-se da colina para as águas escuras e serenas da bela lagoa, onde se afogou.
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Fonte de Pesquisa:
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Frase para Meditação:
ATOS
Nossos atos tecem asas de libertação ou algemas de cativeiro, para a nossa vitória ou nossa perda.
(Livro Ação e Reação)
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terça-feira, 5 de abril de 2011

Lenda da Lagoa do Ginjal

Ficheiro:Lagoa ginjal1.jpg
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Lagoa do Ginjal.
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A Lenda da Lagoa do Ginjal é uma tradição da ilha Terceira, nos Açores.
 Tem como cenário a Lagoa do Ginjal no interior da ilha, e como personagem Pérola Rego, uma menina terceirense, herdeira de imensa fortuna no século XV.
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Lenda
Naquela época, na freguesia dos Altares, vivia Pérola Rego, menina muito rica, herdeira de imensa fortuna. Descendente das famílias Rego e Baldaya pela linha paterna, e da família Pamplona pela linha feminina. Pérola Rego era bela, com cabelos louros escuros, brilhantes e fartos. 
Os seus olhos eram castanhos da cor do cetim. 
A sua pele rosada, era muito fina.
Estes atributos, aliados a uma grande candura e bondade de espírito e coração levaram a que um elevado número de rapazes se enamorassem dela. 
Uma bela manhã ensolarada, Pérola desceu o eirado do solar de seu pai e foi ver a sua imagem reflectida nas águas da cisterna da casa.
Uma fada que vivia nas imediações queria defender Pérola dos pretendentes, visto que estes não a amavam e apenas queriam o seu dinheiro. 
Escondida dentro da cisterna à espera da rapariga, fez um encanto e tomou poder sobre a imagem da menina que se reflectia nas águas paradas da cisterna. 
Depois começou a engendrar uma forma de a surpreender durante o sono e levá-la para um local seguro no seu castelo encantado, longe do olhar dos homens.
O palácio encontrava-se no interior da ilha, perto do Pico do Vime; tinha lindos jardins e magníficos bosques de árvores típicas das florestas exóticas da Macaronésia. 
Tinha lindos Azevinhos, Sanguinhos, altos Cedros, belas árvores de Pau-Branco e gigantescos e antiquíssimos Dragoeiros. 
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Era rodeado pelos dourados campos de trigo que se enfeitavam de vermelhas papoulas. 
No centro destes campos encontrava-se o grandioso castelo feito de brancas pedras de mármore, brilhante marfim, prata e ouro.
À meia-noite do dia de São João, quando as estrelas brilham com suavidade e a lua é rainha nos céus, a bela Pérola foi levada durante o sono envolta nas asas brancas da fada. 
Pela manhã a notícia do seu desaparecimento espalhou-se, deixando os pais em pânico, o solar em alvoroço e os seus enamorados em ansiedade. 
Em grupo, os pretendentes recorreram a uma velha feiticeira que vivia no cimo de uma serra e lhes revelou a existência do palácio encantado.
Alguns pretendentes quiseram atacar o castelo, deitando abaixo as muralhas pela força das armas.
 Outros mais cuidadosos consultaram também uma velha benzedeira que morava na freguesia dos Biscoitos. Esta disse que tinham de levar alaúdes e, à maneira dos antigos trovadores, irem cantando versos mágicos e executando marchas de magia que ela lhe ensinaria. 
Assim veriam ao longe o castelo encantado, visto que uma coisa encantada só se desencanta com outro encanto.
A benzedeira ainda os avisou que iriam encontrar uma inscrição sobre um enorme rochedo: se estivesse gravada a prata, conteria nas suas palavras o modo de atrair Pérola; mas se a tivesse sido gravada a fogo, os seus poderes não tinham força para vencer e nenhum deles merecia o amor da jovem.
Os pretendentes partiram de madrugada, mal o sol raiou. 
Pelos caminhos iam cantando os versos ensinados pela velha benzedeira dos Biscoitos. 
Ao fim de muitas horas de caminhada foi ouvido um grito de alegria. 
Ao longe via-se recortado na paisagem o palácio da fada, lindo, brilhando à luz do sol nascente.
Apressando o passo, percorreram o longo caminho até ao castelo. 
Desceram encostas, percorreram vales e subiram serras e colinas. 
Ao chegarem ao local onde devia estar o castelo, este tinha desaparecido na bruma. 
No seu lugar encontrava-se uma bela, serena e plácida lagoa de águas claras. 
Numa das margens, uma mensagem gravada a fogo numa pedra dizia: 
"Aqui, neste espaçoso lago, escondeu-se o palácio da linda Pérola, a donzela de cabelos loiros". 
Desiludidos, pensaram que Pérola estava perdida para sempre.
Mas a mãe desta, cristã piedosa, logo na manhã em que a fada lhe levara a filha fora-se ajoelhar diante de uma imagem de São Roque e pedir a sua intervenção. 
No fim de uma das suas muitas preces, ouviu uma voz ao ouvido que lhe segredou:
 "Vai tranquila, a tua filha está ao anjo da guarda". 
No dia de São Pedro à hora do por sol, Pérola apareceu no terraço do solar de seu pai, acompanhada por um Arcanjo. 
Vinham num batel de marfim puxado por um cisne de uma brancura imaculada.
Anos mais tarde apareceu o verdadeiro amor de pérola, um cavaleiro na demanda do Santo Graal, vestido com uma armadura refulgente. 
Séculos depois de esta lenda ter tido início, ainda existe o lago encantado onde se escondeu o castelo da fada - a Lagoa do Ginjal.
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Fonte de Pesquisa:
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Frase Para Meditação:
A oração refrigera, alivia, exalta, esclarece, eleva, mas, sobretudo, afeiçoa o coração ao serviço divino.
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(Livro Vinha de Luz)
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Ficheiro:Lagoa ginjal1.jpg

Lenda de Angra do Heroísmo

Ficheiro:Cidade de Angra do Heroismo e Baía de Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores, Portugal.jpg
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Cidade e baía de Angra do Heroismo, ilha Terceira.
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A lenda de Angra do Heroísmo é uma lenda da ilha Terceira, nos Açores.
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Lenda
Segundo a tradição, o príncipe dos mares vivia apaixonado por uma linda princesa de cabelos louros que vivia próximo aos seus domínios. 
A princesa, entretanto, não correspondia aos seus amores por já se encontrar apaixonada por outro príncipe. O senhor dos mares vivia consumido por ciúmes que muitas vezes o levavam à violência, e decidiu chamar uma fada ao seu reino marinho, com o objectivo de mudar o rumo aos acontecimentos.
A fada veio e tentou durante bastante tempo que a princesa desistisse do seu amor e se apaixonasse pelo Senhor do Mar. 
Fez magias e quebrantos e exerceu todas as suas influências, mas sem nada conseguir devido ao profundo amor da princesa pelo seu príncipe. 
Furioso, o senhor dos mares acabou por expulsar a fada dos seus domínios.
Um dia, os dois apaixonados, que até ali tinham vivido só da troca de olhares e de suaves devaneios, trocaram o primeiro beijo. 
Foi um beijo rápido, mas o sussurro dos apaixonados foi escutado pelo senhor e príncipe dos mares, que acordou do leito de rocha de basalto negro e areia vulcânica onde dormia.
A fada também ouviu e atravessou apressadamente os céus em direcção ao reino do príncipe dos mares, pois via a oportunidade de se vingar do príncipe, por quem entretanto se tinha apaixonado, e da princesa que lhe roubava a felicidade.
Quando chegou perto do Senhor do Mar, viu-o furioso a bater-se contra a terra com furiosas e encapeladas ondas cobertas de espuma branca e disse-lhe baixinho:
 "Príncipe do mar, chegou a hora da vossa vingança. Aqui estou para fazer o que mandardes."
 Cego pelo ciúme e pela raiva, este ordenou-lhe em tom de ódio:
 "Correi, fada, fulminai o príncipe que roubou minha amada. Mas... lembrai-vos, só a ele!"
Aceitando o desafio com a cabeça e convidando o Senhor do Mar a assistir à vingança que ia preparar, a fada levou-o pela mão em direcção à praia onde estavam os dois apaixonados.
 Lá foram encontrar a princesa de cabelos soltos, dourados ao sol poente, levemente reclinada sobre o seu apaixonado.
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Ficheiro:Monte Brasil, visto do mar, Ilha Terceira, Açores.jpg
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Monte Brasil, ilha Terceira.
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Rapidamente, a fada soltou a mão do Senhor do Mar e se precipitou sobre o par enamorado, fazendo um encanto: o príncipe ficou transformado num grande monte (o Monte Brasil) coberto de denso arvoredo, levantando-se altivo de frente para o mar. 
A princesa recusou-se a abandonar o seu apaixonado e ficou para sempre reclinada na posição em que se encontrava. 
Com o passar os milénios, transformou-se na baía e na cidade de Angra do Heroísmo. 
Encontram-se os dois unidos e embalados para sempre pelas noites e pelos dias, pelo eterno soluçar angustiado do Atlântico, príncipe e senhor dos mares.
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Fonte de Pesquisa:
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Frase Para Meditação:
O amor é o laço de luz eterna que une todos os mundos e todos os seres da imensidade; sem ele, a própria Criação infinita não teria razão de ser,  porque Deus é a sua expressão suprema...
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(Livro Há, Dois Mil Anos)
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Ficheiro:Monte Brasil, visto do mar, Ilha Terceira, Açores.jpg

Lenda do Reino de Atlântida e os Açores

Ficheiro:Townsend Lloyd K - Atlantis.jpg
Ilustração de Lloyd K. Townsend.
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A Lenda do Reino de Atlântida e os Açores é uma lenda dos Açores. 
Ela tenta dar uma explicação para a existência do arquipélago.
 Muito antiga e de origem desconhecida, foi narrada por Platão, sendo já mencionada por este como uma história que lhe contaram.
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Na antiguidade teria havido um imenso continente (a Atlântida) no meio do Oceano Atlântico, em frente às Portas de Hércules. Essas portas, segundo mitos antigos, fechavam o mar Mediterrâneo onde actualmente se localiza o Estreito de Gibraltar.
A Atlântida seria um lugar magnífico, com extraordinárias paisagens, um clima suave, grandes florestas de frondosas e gigantescas árvores, extensas planícies férteis, chegando a dar duas ou mais colheitas por ano, e animais mansos, saudáveis e fortes.
Os habitantes desta terra paradisíaca chamavam-se atlantes e eram senhores de uma invejável civilização, considerada perfeita e rica. 
Tinha palácios e templos cobertos a ouro e outros metais preciosos como a prata e o estanho, e abundava o marfim. 
Produzia todo o tipo de madeiras tidas como preciosas, tinha minas de todos os metais.
Dispunha de jardins, ginásios, estádios, boas estradas e pontes, e outras infraestruturas importantes para o bem estar dos seus cidadãos. 
A joalharia usada pelos atlantes seria feita com um material exótico e mais valioso que o ouro, apenas do conhecimento dos povos atlantes, que se chamava oricalco. 
A economia florescente proporcionava as artes, permitindo a existência de artistas, músicos e grandes sábios.
O império dos atlantes era formado por uma federação de 10 reinos que se encontravam debaixo da protecção de Poséidon. 
Os seus povos eram tidos como exemplares no seu comportamento, e não se deixavam corromper pelo vício ou pelo luxo mas viviam num pleno e magnifico bem estar que o seu país perfeito lhe permitia.
No entanto, não deixavam de praticar e de se ensaiar nas artes da guerra, visto que vários povos, movidos pela inveja e pela abundância dos atlantes, tentavam invadir a sua terra. 
Os combates de defesa foram tão bem sucedidos que surgiu o orgulho e a ambição de alargar os domínios do reino.
Assim o poderoso exército atlante preparou-se para a guerra e aos poucos foi conquistando grande parte do mundo conhecido de então, dominando vários povos e várias ilhas em seu redor, uma grande parte da Europa Atlântica e parte do Norte de África. 
E só não teriam conquistado mais territórios porque os gregos de Atenas teriam resistido. 
Os seus corações até ali puros foram endurecendo com as suas armas.
 Nasceu o orgulho, a vaidade, o luxo desnecessário, a corrupção e o desrespeito para com os deuses.
Poséidon convocou então um concílio dos deuses para travar os atlantes. 
Nele foi decidido aplicar-lhes um castigo exemplar. 
Como consequência das decisões divinas começaram grandes movimentos tectónicos, acompanhados de enormes tremores de terra.
 As terras da Atlântida tremeram violentamente, o céu escureceu como se fosse noite, apareceu o fogo que queimou florestas e campos de cultivo. 
O mar galgou a terra com ondas gigantes e engoliu aldeias e cidades.
Em pouco tempo Atlântida tinha desaparecido para sempre na imensidão do mar. 
No entanto, como fora possuidora de grandes montanhas, estas não teriam afundado completamente. 
Os altos cumes teriam ficado acima da superfície das águas e originado as nove ilhas dos Açores.
Alguns dos habitantes da Atlântida teriam, segundo a lenda, sobrevivido à catástrofe e fugido para vários locais do mundo, onde deixaram descendentes.
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Fonte de Pesquisa:
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Frase Para Meditação:
Em todos os tempos e situações políticas, conta o povo com escassos amigos e adversários em legiões.
(Livro Vinha de Luz)
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Ficheiro:Townsend Lloyd K - Atlantis.jpg

quarta-feira, 30 de março de 2011

Lenda da Rapariga das Laranjas (Açores)

Ficheiro:OrangeBloss wb.jpg
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Laranja e sua respectiva flor.
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A Lenda da Rapariga das Laranjas é uma lenda portuguesa contada predominantemente nos Açores.
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Lenda
Segundo a lenda, a rapariga era uma jovem que vivia perdida na solidão, no temor e nos sonhos. 
No seu imaginário, passava os dias à espera de um dia reencontrar o seu querido príncipe encantado, que as adversidades da vida um dia levaram para longe de si.
Dada a sua tristeza, os deuses compadeceram-se dela e levaram-na a que fosse consultar um oráculo no sentido de proceder à procura de conselho e ajuda. 
Levada pelas intenções divinas, ela assim fez. 
Durante a sua consulta ao oráculo, a sibila, com a sua sapiência, ternura e simpatia, arrancou-a ao seu marasmo e levo-a para outro lugar, para um sítio mais bonito e luminoso, onde a Menina das Laranjas poderia ser de novo erguida como do nada fosse, com o nascer de uma obra de arte.
Depois de ter saído do marasmo em que se encontrava, a Rapariga das Laranjas percebeu que nenhuma das portas que a assombravam, que a rodeavam e que julgara fechadas para sempre, tinham qualquer fechadura. As portas abriam-se simplesmente à sua aproximação.
Pôs-se a deambular pelos caminhos que se encontravam por detrás das portas, até que ao chegar-se a uma dessas portas encontrou caída no chão uma bela laranja coberta de ouro. 
Admirada, juntou a laranja para não mais a largar, de tal modo ficou maravilhada com o fruto.
 Desse esse dia para a frente, a Rapariga das Laranjas nunca mais parou de procurar o laranjal mencionado pela sibila durante a consulta ao oráculo que lhe revelara existir um esplêndido laranjal, local de onde teria vindo a laranja que encontrara.
A Rapariga das Laranjas deu início a um longo caminho na tentativa de encontrar o laranjal, que era tido por ser o mais sublime e paradisíaco lugar que alguma vez sequer imaginar ou sonhar encontrar. 
Quando finalmente o encontrou, sentiu-se livre e segura, da laranja de ouro que sempre conservara na mão imanou uma luz que lhe permitiu ver a presença subtil do seu amado príncipe que há muito se ausentara. 
Pode de novo e finalmente voltar a acreditar no amor.
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Fonte de pesquisa:
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Ficheiro:OrangeBloss wb.jpg
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