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O passado culposo e que se deseja esquecer representa o campo da experiência que se viveu, porém não é a mancha eterna que nos macula a alma.
A mácula em nós é a ignorância de acreditar que não temos direito à felicidade.
Não há futuro sem passado e todo passado está revestido de ignorância.
Não há quem não tenha vivido experiências equivocadas.
Na Terra ninguém esteve ou está livre de viver experiências consideradas transgressões à ordem vigente.
Transgressões ou não, temos que aprender a vivê-las conscientemente.
Olhando para nosso passado temos, hoje, a clareza de ver que erramos, porém na época agimos como sabíamos ou tínhamos condições.
No futuro, avaliaremos o que fazemos hoje e poderemos também perceber os equívocos ou o que poderia ter sido evitado.
Arrepender-se do que se viveu é inevitável, mas o arrependimento só surge mediante a ampliação da consciência e da capacidade de amar.
Muitas coisas que nos serviram ontem não nos servem hoje e isso evidencia que hoje somos melhores do que ontem.
A culpa impede que percebamos o movimento da vida com liberdade e com o sentimento de realização íntima.
Nossa ignorância nos leva a criar juízes implacáveis na consciência que de fato não existem.
Eles são frutos da educação, da cultura e de nossa ignorância quanto a nós mesmos.
Precisamos colocar na consciência um Criador amoroso e benévolo, compreensivo e paciente, para que não
nos punamos por tão pouco.
Tais juízes não são maus em si, mas se transformam por conta de nossa facilidade em lhes dar o poder de nos comandar.
Não vivemos sem eles, mas lhes atribuímos um caráter absoluto.
Muitas vezes nos sentimos culpados por não alcançar certos desejos, acreditando que somos incapazes. Quando, por exemplo, um casamento não dá certo, por fatores múltiplos, é comum um dos cônjuges se perguntar onde foi que errou e lamentar a perda.
O equívoco pode pertencer a qualquer deles, porém os fatores que levaram à separação física ou emocional estão influenciados por valores pessoais e sociais.
Um fracasso não deve representar a perda da própria motivação de viver.
Ele representa uma deficiência na estratégia utilizada para alcançar a felicidade.
Na próxima experiência naquele campo em que se fracassou deverá ser utilizada outra estratégia.
Pense também que você precisa modificar seu desejo.
Ele poderá estar lhe levando exatamente para o lado contrário de sua própria busca interior.
O tipo de desejo e a forma de alcançá-lo nem sempre estão conectados adequadamente.
Lembre-se de que você deve retirar de cada experiência algo de útil e bom para você.
Tudo que lhe acontece é um caminho trilhado que poderá ser repetido ou não, a depender de sua vontade. As situações adversas a enfrentar devem ser vividas em seu momento e não de forma antecipada.
Quando isso ocorre, gera ansiedade que traz infelicidade.
Se você sabe que vai vivê-la, prepare-se para fazê-lo com equilíbrio e de forma a extrair dela o melhor possível.
Nunca se esqueça de que somos filhos do Altíssimo e dele recebemos o bom estigma de alcançar a felicidade.
Ela deveria estar em nosso presente e será nosso futuro.
Em sua trajetória deseje o próprio bem pessoal tanto quanto o de qualquer pessoa com quem se encontre. Faça o bem quando você puder, a qualquer pessoa que surja em seu caminho.
Não olhe para o passado a ponto de se deter nele.
Fixe o presente e o futuro.
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Texto do Livro Felicidade sem Culpa de Adenáuer Novaes
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