*
Bons pais ensinam os filhos a escovar os dentes, pais brilhantes os ensinam a fazer uma higiene psíquica. Inúmeros pais imploram diariamente para que os filhos façam a higiene bucal.
Mas, e a higiene emocional?
De que adianta prevenir cáries, se a emoção das crianças se torna uma lata de lixo de pensamentos negativos, manias, medos, reações impulsivas e apelos sociais?
Por favor, ensine os jovens a proteger sua emoção.
Tudo que atinge frontalmente a emoção atinge drasticamente a memória e constituirá a personalidade.
Certa vez, um excelente jurista me disse no consultório que, se tivesse sabido proteger a sua emoção desde pequeno, sua vida não teria sido um drama.
Ele fora rejeitado quando criança por alguém próximo, porque tinha um defeito na face.
A rejeição controlou sua alegria.
O defeito não era grande, mas o fenômeno RAM registrou-o e realimentou-o.
Não teve infância.
Escondia-se das pessoas.
Vivia só no meio da multidão.
Ajude seus filhos a não serem escravos dos seus problemas.
Alimente o anfiteatro dos pensamentos e o território da emoção deles com coragem e ousadia.
Não se conforme se eles forem tímidos e inseguros.
O “eu”, que representa a vontade consciente ou a liberdade de decidir, tem de ser treinado para tornar-se líder e não um fantoche.
Ser líder não quer dizer ter capacidade para resolver tudo e assumir todos os problemas à nossa volta.
Os problemas sempre existirão.
Se forem solucionáveis, temos de resolvê-los.
Se não temos condições de resolvê-los, precisamos aceitar nossas limitações.
Mas jamais devemos gravitar na órbita deles.
Se você tivesse a capacidade de entrar no palco da mente dos jovens, constataria que muitos são atormentados por pensamentos ansiosos.
Alguns se angustiam com as provas escolares.
Outros, com cada curva do corpo que detestam.
Outros ainda acham que ninguém gosta deles.
Muitos jovens têm uma péssima auto-estima.
Quando a baixa auto-estima nasce, a alegria morre.
Certa vez, um jovem de dezesseis anos me procurou após uma palestra.
Disse que diariamente destruía sua tranqüilidade ao pensar que um dia ficaria velho e morreria.
Ele estava começando a vida, mas se perturbava com seu fim.
Quantos jovens não estão sofrendo, sem que nem mesmo seus pais ou seus professores lhes perscrutem o coração?
O cárcere da emoção tem aprisionado milhões de jovens.
Eles sofrem em silêncio.
Converse com eles.
Que educação é esta que fala sobre o mundo em que estamos e se cala sobre o mundo que somos?
Pergunte sempre aos seus filhos:
“O que está acontecendo com você?”,
“Você precisa de mim?”,
“Você tem vivido alguma decepção?”,
“O que eu posso fazer para torná-lo mais feliz?”.
De que adianta você cuidar diariamente da nutrição de bilhões de células dos seus filhos mas descuidar da nutrição psicológica?
De que adianta terem um corpo saudável se são infelizes, instáveis, sem proteção emocional, fogem dos seus
problemas, têm medo das críticas, não sabem receber um “não”?
Nenhum pai no mundo daria alimento estragado aos filhos, mas fazemos isso com a nutrição psicológica.
Não percebemos que tudo que eles arquivam controlará suas personalidades.
Alimente a personalidade de seus filhos com sabedoria e tranqüilidade.
Fale das suas peripécias, dos seus momentos de hesitação, dos vales emocionais que atravessou.
Não deixe que o solo da sua memória se transforme numa terra de pesadelos, mas num jardim de sonhos.
Não se esqueça de que tropeçamos nas pequenas pedras e não nas montanhas.
As pequenas pedras no inconsciente se transformam em grandes colinas.
***
Texto do Livro Pais Brilhantes,Professores Fascinantes de Augusto Cury
*
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por sua linda presença e seu comentário.